Palavras do Criador

O Horror Show surgiu de modo a me ajudar expressar minhas ideias. Gosto quando as pessoas escutam minhas narrativas, quando se sentam nas mesas de RPG para fazerem parte da história, então muito do que escrevo aqui fez ou fará parte de alguma crônica, sessão ou enredo ou as veses as história não podem ir para a mesa e acabam indo pro Blog. Então para aqueles que gostam de Histórias de Horror, sintam-se a vontade!!!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Segredo da Criação

No Principio Deus criou os Anjos. Seres quase tão perfeitos quanto Ele, e quase tão poderosos. Porém eles tinham um defeito. O único defeito que trouxe a ruína para a existência de tudo, eles eram orgulhosos. E como tal não gostariam apenas de servir, mas de serem servidos também. E o Senhor com toda sua compaixão presentearam-lhes com a humanidade para que pudessem servir-lhes. Contudo os homens não podiam saber da existência divina e para estarem entre eles os Anjos disfarçaram-se de estrelas, e assim podiam observar de perto.

O orgulho dos Anjos deu lugar à avareza e eles não queriam mais apenas observar, mas interagir com a humanidade. E mais uma vez o pedido dos anjos foram atendidos, o Criador permitiu que os Anjos se aproximassem dos homens, falassem com os homens e ajudassem os homens, mas não podiam saber da existência divina ou da natureza verdadeira dos Anjos, então eles se disfarçaram de animais. E por um tempo ficaram felizes.

Com o passar das eras os Anjos ficaram descontentes com a humanidade, pois estes se mostraram tão ignorantes que pouco evoluí após tanto tempo, assim os Celestiais enfureceram-se. A Ira dos anjos caiu sobre a humanidade como desastres naturais, porém provocados pela pura frustração. Foi a primeira vez que Deus chorou, era insuportável para Ele que seus primogênitos, acometidos pela ira irracional, torturassem seus filhos mais jovens. Logo Deus deu-lhes a terceira concessão e permitiu que os homens soubessem sobre a natureza divina. As eras posteriores seguiram-se de muitas descobertas e harmonia entre os homens e os Anjos.

Caminhar com a humanidade só deu lugar a mais uma das imperfeições dos primeiros filhos do Senhor. Eles perceberam o que os tornavam tão diferente dos homens e o que tornavam os homens tão mais perfeitos que eles. Os homens, diferente dos seres divinos, não eram imortais, eles envelheciam e morriam com o tempo, mas assim como os bichos eles proliferavam e procriavam deixando assim um legado de sangue, para que os outros soubessem de sua existência. Eles podiam conceber filhos, como Deus concebeu os Anjos. Já estes últimos eram desprovidos de sexo ou da vontade de amar como ama um homem a uma mulher. E mais uma vez ele foram até o Criador. Mas desta vez ele não cedeu, ao contrario, ele abominou tal pedido, pois aquela era a forma que os animais e os humanos tinham para serem imortais, já as criaturas divinas eram imortais por natureza. Entretanto alguns anjos sentiram insatisfeitos e lesados, pois eram eles os primogênitos e não aquela raça inferior que tanto demorou em evoluir. E estes Anjos entregaram-se a luxúria, desrespeitando o Pai Celestial, procriando e apaixonando-se pelos prazeres dos homens.

Deus, enfurecido por ter sido desobedecido declarou que aqueles anjos eram traidores e como tal não podiam mais ser chamados de seres divinos, como punição Ele arrancou ou deformou suas asas e apagou-lhes toda luz de sua existência. Inconformados com a atitude do seu Criador estes Anjos rebelaram-se, assim deu-se inicio a Primeira Guerra Celestial, pois os traidores acometidos pela inveja ao ver seus irmãos esbanjando toda atenção do Pai Celestial, queriam seus direitos de filho novamente.

Quando a guerra chegou ao fim os traidores forram arremessados para região mais afastada da existência para que passassem sua eternidade refletindo sobre todo mal que cometeram perante seu Criador. A queda destes Anjos, agora chamados de Caídos, pois não eram mais bem-vindos nos reinos do céu, abriu um grande buraco nos confins da existência, a este lugar, onde agora era sua morada, eles chamaram de Abismo, pois o buraco era tão profundo que eles durariam a eternidade para subir.

Ficou declarado a partir daí que nenhum Anjo poderia mais ter contato com os humanos, e com o passar das eras a humanidade esqueceu-se de seus irmãos mais velhos e dos segredos que eles lhe ensinaram. Logo eles pararam de evoluir e caminharam novamente a seu próprio passo, em um ritmo lento, preguiçoso. Lento o suficiente para que os Caídos pudessem tramar sua vingança. E com o passar de muitas eras um Caído descobriu um jeito de sair daquele abismo, cavando mais fundo e quanto mais fundo o abismo era cavado, mais perto do mundo dos homens ele podia chegar, até que uma brecha se abriu entre o Abismo e a Terra e o Caído atravessou para o mundo dos humanos. O nome deste Caído se perdeu depois de muitas era, mas ele ainda é conhecido por muitos outros nomes e Lucibel é como ele gostava de ser chamado.

Lucibel planejava sua vingança enquanto estava no Abismo, e agora, na Terra, só pensava em libertar seus irmãos, mas para isso precisa da energia que não tinha e durante séculos caminhou entre a humanidade buscando essa energia até descobrir o potencial humano, o potencia da Fé e da crença. Por mais que não soubessem, os tolos humanos podiam fazer milagres como os anjos, bastavam acreditar. O Caído sabia como usar aquela arma magnífica que era a fé mortal e começou a erguer seu exercito maldito, hordas de humanos corrompidos pela eloqüência do Caído, mais e mais humanos tornavam-se monstros, destorcidos pela escuridão que provinha de onde outrora havia luz um exército se formava. O exército de um Anjo que caíra.

Tão logo as falanges celestiais souberam da fuga de Lucibel e seu exército e mais uma vez a guerra foi declarada, mas agora existia um elemento diferente na guerra, pois não bastava apenas os dois lados se engalfinharem em uma luta eterna, pois entre os dois existia a humanidade e cada vez mais humanos desacreditavam no Criador, pois a propaganda de Lucibel era forte e voraz. A guerra começou, mas não nos campos de batalha, desta vez não se tratava mais de derramar sangue, mas de salvar almas ou corrompe-las. Entretanto Lucibel já estava a muitos passos na frente dos Anjos Celestes, ele havia escolhido seus generais, e a cada um desses humanos ele deu um dom especial, mas a cada dom cedido por uma criatura corrompida brota-se uma maldição.

Aos que foi cedida a vida eterna, estes teriam de se alimentar de sangue e nunca mais olhar para o sol. Aos que podiam se transformar em fera, estes tornavam selvagens pelo resto da vida. Aos que gostariam de uma parte do poder de Lucibel, estes ficaram egoístas e avarentos e nunca se satisfariam com o que tinham. E muitos seguintes exigiram diferentes coisas e sempre acompanhados de uma maldição. Entretanto, tornar-se um servo do Caído era como vender a alma para ele e muitos se arrependiam e procuravam os Anjos, e muitos dos servos Celestiais ficavam gananciosos e procuravam Lucibel.

A guerra se alastrava outros Caídos seguiram os passos do Primeiro, que era como lhe chamavam, encontrando a brecha deixada no Abismo, lentamente a brecha se abria ainda mais e em alguns séculos a entrada e saída dos Caídos ao Abismo eram constantes, ali eles formaram sua sociedade, imitando um pouco a antiga morada Celeste e a vida humana. Andando entre os mortais, alguns Anjos e Caídos eram aclamados como deuses, outros se tornavam guias espirituais e todos esses disfarces com o único propósito de recolher as almas mortais, seja para o Reino dos Céus ou para o Abismo.

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